sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Demons

No último post eu recebi um único comentário (graaande novidade) que me fez pensar sobre o que eu mostro ao mundo.

Nunca fui boa em expressar meus sentimentos. Nunca briguei em público. Também nunca gostei de pedir desculpas. Sempre demoro pra dizer qual é minha opinião. Sempre guardo minhas respostas, esperando alguém falar primeiro. Só falo quando realmente acho que vale a pena. Talvez por não ter muita voz e sempre achar que não vou ser ouvida. Não sei, só me acostumei assim.

Então me foi dito que eu escondo muito bem meus demônios interiores (pera, demônios não são sempre interiores? Anyway...) Escondo mesmo. E isso faz mal! MUITO mal!
É aquele lance do ovo e da galinha: não sei se eu escondo meus sentimentos por não ter boa voz, ou se não tenho muita voz por esconder meus sentimentos (tipo "já que eu não sou usada, pra que ficar aqui né?").

Meu jeito bom pra dizer o que quero é escrevendo. Desde que aprendi essa incrível técnica, é a mais usada então. Escrevo quando estou bem, escrevo quando vou mal, escrevo quando não tem mais nada pra fazer e quero só expandir minha mente. Escrevo o que eu sinto, sempre! Mesmo que seja usando palavras que não são minhas; desde que eu me identifique com o que foi dito...

Mas tem vezes que nem escrevendo eu tenho coragem de revelar o que penso. Revelo em indiretas, vou soltando a informação aos poucos, mas nunca liberto totalmente o que passa na minha cabeça. Aí deito de noite e vem uma enorme aflição. Por que? Porque a mente é tagarela, como diz minha mãe, não cala a boca um segundo sequer! E tudo aquilo que o mundo não sabe sobre mim fica me remoendo. Mas quem disse que eu vou contar exatamente tudo que passa comigo? Eu até tento, mas não sai. Bloqueio.

Então eu guardo o que sinto pra mim. E de vez em quando explodo! Bom, na verdade nem lembro quantas vezes eu explodi, mas foram poucas. Só que nesses momentos, faço o "expectador" me achar maluca, doida varrida, totally crazy! E realmente não é normal né. Você guarda tudo o tempo todo, aí o balde transborda do nada, com gente que não tem culpa (pode até ter um pouco, uma bem pequena). Logo em seguida vem aquela sensação de que você é demais, é corajosa, é forte, é bem resolvida, é independente. Dá meia hora que o mundo cai! Você começa a achar que não devia ter feito isso, devia ter deixado as coisas como estavam, devia ter guardado mais, melhor, devia ter sido corajosa o suficiente pra saber lidar com o que estava acontecendo, e não ter feito um "escândalo".

Isso eu aprendi, também com a minha mãe (desculpe se eu a cito muito, mas realmente é uma sábia!), "duas coisas você nunca pode pegar de volta: a bala depois que saiu da arma e a palavra depois que foi dita" (ou escrita... como for)
Posso contestar? NO WAY! Mas que eu gostaria de ter máquina do tempo... ô!

Um comentário:

  1. E aqui estou eu para fazer-lhe seu único comentário rsrsrsrs (tem que fazer propaganda, fofa!). Eu acho que sou a única que escuta a sua voz - voz aqui num sentido ambíguo rsrs

    E a sua mãe realmente é uma sábia! Tia Rose rocks!!

    E eu nem sei pra quem você escreveu esse penúltimo parágrafo... Cara, explodir é uma coisa comum, mesmo se vc não for a Rosa (que explodia por QUALQUER COISA); todo mundo tem seus momentos de surtos e seus momentos de sanidade. Eu não sei se vc chegou a ler o conto "O alienista", do Machado de Assis, mas ele fala exatamente sobre isso: todo mundo é um pouco louco e, se fôssemos avaliar todas as loucuras de todos, não sobraria ninguém fora do sanatório.

    Que bom que você tá libertando seus demônios através da escrita. Quem sabe daqui a uns anos não te vejo na faculdade de formação do escritor? Tá, acho que isso é muita viagem da minha cabeça...

    Hj, depois de chorar uns rios, pensei: nada dura para sempre: nem as maiores alegrias nem as mais profundas tristezas. Pense nisso quando tiver mal pelo ser do penúltimo parágrafo.

    xoxo

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