terça-feira, 24 de agosto de 2010

Repentinamente

Hoje li um texto da Liliane Prata sobre um tema que está me assombrando desde ontem (isso só nessa semana, porque já me assombrou vááárias outras vezes): essa tristeza sem motivo.

Não é algo que eu não esteja acostumada, mas por que será que toda vez parece ser a primeira?! Ainda não aprendi a controlar essa sensação. Ela chega do nada e vai embora, quase sempre, da mesma maneira.

Achei interessante o texto porque ela diz que a tristeza (dela) vai embora com uma xícara de chá quente. Nunca procurei nenhum método para espantar a minha. Mas também não tento abraçá-la, aceitá-la. Simplesmente deixo estar. Não luto, não resisto, mas também não abro as portas. Me afundo; me encolho instintivamente. Muitas vezes insisto em não chorar, por inúmeros motivos, mas o que mais me segura é o fato de que não quero parecer ter 40 anos antes dos 20 (pode ser coisa boba, mas pra mim, já é suficiente - de vez em quando).
Porém, parece que chorar alivia de alguma maneira. E então eu acabo gostando de chorar, comprimir bem o rosto, soluçar.
Mas o que ajuda mesmo, na maioria das vezes, é ganhar um abraço, de uma pessoa que te deixa confortável, não de qualquer um.

Quando era pequena e me via nessa situação, conversava até com as borboletas que voavam na minha escola; aí ficava parecendo A menina estranha, que fala com os bichinhos. Fui crescendo e a maneira de lidar com isso teve que mudar, óbvio.
Mas hoje eu sinto falta não de ter algo ou alguém para contar meus problemas (que em grande parte do tempo só existem na minha mente), até porque não gosto muito de compartilhar meus pensamentos (hipocrisia escrever isso em um blog, onde a intenção é que algum ser veja e comente?!). Sinto falta simplesmente de algo ou alguém. É uma carência estranha, diferente; uma falta de abraço, calor, conforto...

No texto da Lili, também tem algo sobre a tristeza com motivo. Essa realmente dá raiva, porque se o motivo não é causado por nós mesmos, nem sempre temos como reagir. O máximo que podemos fazer é tentar resolver o problema com a pessoa "culpada", mas não ajuda muito.

Sabe de uma coisa? A tristeza sem causa, aquela inesperada, que nos atinge em um momento alegre ou até mesmo num de fraqueza é melhor.
Talvez.
Ou não.
Sei lá. Estou tentando refletir sobre isso mas não consigo chegar a uma conclusão. Sei que enfrento esse problema desde que posso me lembrar, mas nunca consegui enfrentar de verdade.

Um comentário:

  1. Eu surgi na sua vida pra você poder parar de falar com as borboletas...

    Sei que você não gosta de falar dos seus problemas e talz - talvez por medo de demonstrar fraqueza -, mas fica tranquila. Ninguém é invencível, ninguém é forte o tempo todo e precisar conversar ou de um ombro amigo não é sinal de fraqueza; isso só mostra que você é humana (e nem o Super Homem é infalível. Se fosse, não ia usar aquela cueca vermelha por cima da legging azul).

    No Pessoa Esdrúxula há um tempo atrás postei um texto que fala sobre tristeza. Você já deve ter lido, mas lê de novo, talvez te ajude: http://pessoaesdruxula.blogspot.com/2010/08/temos-o-direito-da-tristeza.html

    Como diria a Léonie, do "Bom dia, Cortiço": "Eu tô contigo!"
    Beijoss

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