sábado, 6 de março de 2010

"you gotta love someone"

Hoje eu acordei sem saber o que fazer. Nos veríamos finalmente, depois de duas semanas e quatro dias. Choveu. Engarrafou. Desistimos. E meu destino foi cair aqui, na internet, como todo dia venho, e fico, acabando com meus olhos e neurônios em frente a esta tela de 13 polegadas.

Até que um dia eu desisti de ligar o computador. Fui ler um livro que ganhei do meu pai há uns 3 anos atrás. É o terceiro volume de uma série que eu comecei e esqueci de continuar (sim, esse é um de vários defeitos meus: não dar continuidade a algumas coisas). O livro parece infantil, mas é envolvente e traz assuntos não tão infantis assim de uma maneira menos complexa, mais compreensível. Nesse dia eu li uma coisa que me fez pensar no amor, o que é o amor(?): "Amar é algo que se aprende, como se aprende a andar de bicicleta, ou amarrar o cordão do sapato. É preciso que alguém, ou algo, nos guie, nem que seja um coração."

O amor é algo inexplicável, tanto para um idoso quanto para um ser tão jovem quanto eu. Acho que o ser humano nunca vai descobrir o que é o chamado "amor", só vai conhecer seus sintomas; dentre eles, os mais comuns: risos descontrolados, angústias profundas, prazeres imensos, dores mortais, compreensão e ao mesmo tempo a sensação de nunca ser compreendido, expectativas incríveis, dúvidas cruéis...

Tem uma música que fala "Hoje eu sei que ninguém nesse mundo é feliz tendo amado uma vez". Nunca entendi se o cara queria dizer que ninguém é feliz tendo amado apenas uma vez ou que ninguém pode ser feliz se já amou alguma vez.

Há níveis diferentes de amor. Amo muito minha família, sinto uma necessidade de saber o que acontece com cada membro, participar de tudo e ajudar a todos. Amo incrivelmente meus (poucos) amigos, de maneira individual e também coletiva: amo quando todos estão juntos e também amo os momentos que tenho com cada um separado. Amo meus pais, mesmo quando suas atitudes não me agradam, pois sei que tudo que fazem é visando meu bem. Amo meu namorado, mesmo com todos os encontros e desencontros que passamos, mesmo com a distância, mesmo com a monotonia.
Estou falando só de amor a pessoas, ok?

Voltando ao pequeno texto que retirei do livro, amar é algo que se aprende, mas não só com uma pessoa, como se aprende a andar de bicicleta ou a amarrar o sapato; e sim com o tempo, com todas as pessoas que passam por nossa vida e deixam alguma marca. Eu aprendi a andar de bicicleta com meu pai; já fazer laço, eu aprendi sozinha. Sim, tem coisas que se aprende sozinha mesmo, coisas que só se aprende tentado, arriscando.
Dizem que andar de bicicleta é algo que você nunca esquece, acredito que assim seja amar. Ninguém esquece o primeiro amor, o segundo, o terceiro, o eterno... não existe botão "undo" nesse programa que é a vida, logo, ninguém é apagado, pois com certeza em algum aspecto ajudou no nosso desenvolvimento.

Procurando no google, o amor é distração, é um paraíso, um sonho que se torna realidade, é tudo; love is a losing game, porém, love is all you need.

Mesmo amando cada um de forma diferente e cada novo amor pareça ser uma experiência totalmente única (o que não deixa de ser), amar ainda é apenas um verbo, composto por quatro simples letrinhas - que quando se juntam formam um universo paralelo, belo, complexo, indescritível, cheio de alegrias ( e quem sabe melancolias) sem fim.

Falando nisso, faz muito tempo que eu não ando de bicicleta!

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